APAS: Inflação nos supermercados atinge 8,54% em 12 meses

APAS: Inflação nos supermercados atinge 8,54% em 12 meses

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terça-feira, 27 outubro 2015
APAS

De acordo com o Índice Preços dos Supermercados (IPS), alta foi de 0,20% em setembro

Os preços dos produtos nos supermercados paulistas continuam subindo. A constatação é da APAS – Associação Paulista de Supermercados – por meio do IPS, índice calculado mensalmente pela APAS/FIPE e que registrou em setembro alta de 0,20%.

Em 12 meses, o aumento atingiu 8,54% e, no acumulado de janeiro a setembro, a elevação foi de 6,11%. A título de comparação, a inflação em 12 meses (setembro de 2014) foi de 7,49% (contra 8,54% neste mês) e a variação mensal em setembro de 2014 foi de 0,81% (contra 0,20% neste mês).

Segundo o gerente do departamento de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, em setembro as variações negativas estiveram presentes em cerca de 38,76% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando acima da média dos últimos 24 meses, que é de 38,74%.

Embora constatada a desaceleração da inflação nos supermercados no mês de setembro, a pressão de custos continua sendo a principal responsável pela alta nos preços. “Os reajustes de energia elétrica e a variação expressiva do dólar continuam pressionando os preços. Porém, este mês houve uma desaceleração principalmente dos produtos in natura diante de uma maior oferta de produtos, da melhora no clima e do período de safra, que favoreceu frutas, legumes e verduras”, explica.

O vilão – A alta mais expressiva de setembro foi constatada nos preços dos Produtos Semielaborados (Carnes, Leite e Cereais) que subiram 1,13%, impactados pela carne bovina (2,28%), carne suína (4,75%) e pelas aves (3,61%). “O aumento na carne bovina ainda tem relação com as cotações dos bovinos que subiram ao longo de 2015 e refletem nos preços ao consumidor final. Aliado a isto, a abertura do mercado externo diminui a disponibilidade interna do produto, impactando diretamente nos preços”, afirma.

É importante destacar que o preço alto da carne bovina impactou o preço da carne suína também, pois, com a alta dos preços, o consumidor muda seus hábitos e isso gera um desajuste entre oferta e demanda do produto. No acumulado do ano houve queda nos preços das carnes suínas de -3,36%, e em 12 meses alta de 8,77%.

No caso das aves, as cotações apresentam elevação diante de desajustes da oferta e, consequente, menor disponibilidade do produto. Isso sem falarmos da elevação das exportações que impactam diretamente os preços das aves no mercado interno. No acumulado do ano a alta nos preços das aves foi de 3,71%, e em 12 meses de 6,42%.

Rodrigo esclareceu que, em função da extensa negociação feita entre supermercados e indústria, por mais um mês nota-se a diferença entre os indicadores de preços do setor supermercadista e os demais índices. Na avaliação desde a criação do Plano Real, temos:

IPS/APAS – variação acumulada de 183,13%
IPCA/IBGE – Alimentos e Bebidas – alta de 409%;
IPC-FIPE – aumento de 308,55%;
IPA/FGV – variação de 555,92%.
Para o economista, a partir disso é possível verificar o importante papel do setor supermercadista na busca pela manutenção dos preços em patamares estáveis, contribuindo para segurar a inflação no Brasil.

PREÇOS

Os preços dos produtos in natura apontaram queda de 4,18%, com destaque para os preços de Legumes (-14,42%) e Tubérculos (-6,87%). Os itens que apresentaram maiores quedas foram Cebola (-27,99%), Tomate (-23,75%), Cenoura (-17,34%). Em todos os casos, as temperaturas e os ajustes na quantidade ofertada, diante da elevação da safra e da colheita, impactaram na disponibilidade do produto.

Os preços dos produtos industrializados tiveram alta com variação de 0,44%, relacionada à elevação nos preços de derivados do leite (1,02%) e panificados (0,40%).

Em relação aos derivados do leite, o aumento se deve ao período de entressafra, que já mostra sinais de desaceleração e que deve ser revertido em outubro.

Os preços dos panificados continuam impactados pelo alto custo da energia elétrica e também pelo aumento do dólar que reflete na cotação do trigo.

As bebidas alcoólicas apresentaram estabilidade em setembro. Houve queda no preço da cerveja (-0,37%) e alta no preço do vinho (0,27%).

As bebidas não alcoólicas registram elevação de 0,41%, diante da alta dos sucos de fruta (1,45%) e da água (1,63%).

Os produtos de limpeza subiram 0,43% diante da retração nos preços do sabão líquido (1,09%) e do detergente (2,75%). Os artigos de higiene e beleza apontaram aumento de 1,27% impactados pela elevação nos preços do sabonete (0,90%), creme dental (2,33%).

Grupo 12 meses Acumulado do Ano
Carnes 14,15% 6,23%
Produtos In Natura 24,23% 10,78%
Produtos Industrializados 5,70% 4,79%
Bebidas alcoólicas 7,50% 3,57%
Bebidas não alcoólicas 9,70% 8,11%
Produtos de Limpeza 6,01% 5,92%
Higiene e Beleza 9,45% 8,21%


Tabela Apas

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