Vendas dos supermercados retraem 1,39% em 2015

Vendas dos supermercados retraem 1,39% em 2015

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sexta-feira, 12 fevereiro 2016
APAS

Para a Associação Paulista de Supermercados, este é o pior resultado desde 2007

O Faturamento Real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de mesmas lojas – que consideram as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 1,39%, de janeiro a dezembro de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Em dezembro, houve queda de 1,73% nas vendas em relação a dezembro de 2014 e, em comparação com novembro de 2015, houve alta de 22,88%.

Já no conceito de todas as lojas – que consideram as lojas criadas no período pesquisado – houve queda de -1,02% em 2015. Em dezembro, houve queda de 2,95% em relação ao ano anterior, e alta de 22,82% comparado com novembro.

Conforme explicou o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, as vendas ao longo de 2015 apresentam desaceleração expressiva diante de uma inflação alta e persistente, que afetou o poder de compra da população, reduzindo o volume de compra das famílias nos supermercados.

“A renda e o emprego das famílias são os determinantes básicos para as vendas de alimentos no Brasil. A queda no consumo é reflexo do ritmo mais moderado de geração de empregos, do fechamento de vagas em determinados setores e do processo de redução da renda disponível, que é corroída pela inflação”, diz.

Mesmo diante de um cenário macroeconômico desfavorável, o setor supermercadista continua apresentando um bom desempenho quando comparado a outras atividades. “Diante deste cenário, não há nada a se comemorar, embora o setor venha buscando alternativas para enfrentar este momento por meio de oportunidades que possam manter o desempenho das vendas em ritmo mais estáveis”, afirma.

Para o economista, a situação é preocupante, já que em curto prazo não se vislumbra uma retomada do crescimento econômico. “A expectativa é de que ainda haja um processo de piora da economia, antes de qualquer melhora”.

O Faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE) no acumulado de 2015 em relação ao mesmo período de 2014 apontou queda de 1,87% no conceito de mesmas lojas. Em dezembro, houve queda de 1,13% comparado a dezembro de 2014 e alta de 23,74% em relação a novembro. No conceito de todas lojas houve retração de 1,51% de janeiro a dezembro. Em dezembro, queda de 2,36% em comparação a dezembro de 2014 e alta de 23,68% em relação a novembro.

O Faturamento nominal dos supermercados no estado de São Paulo no acumulado de janeiro a dezembro de 2015 em relação a 2014 teve alta de 7,02% no conceito de mesmas lojas. Em dezembro, a alta foi de 9,42% comparada com dezembro de 2014 e 24,93% em relação a novembro. No conceito de todas lojas a alta foi de 7,39% de janeiro a dezembro. Em dezembro, a alta foi de 8,06% em relação a dezembro de 2014 e 24,87% em relação a novembro.

O desempenho do setor supermercadista em 2015 ficou muito abaixo dos resultados de anos anteriores, na opinião do economista. Em termos comparativos, o setor teve crescimento real desde 2008 acima de 5% ao ano, sendo que de 2009 a 2011 o setor teve crescimento real acima de 7%.

Apesar disso, comparado com outras atividades econômicas, o setor conseguiu apresentar desempenho ligeiramente favorável, mesmo diante da inflação elevada e de seu impacto no consumo das famílias, com consequente queda nas vendas. “Isso contribuiu para a manutenção de emprego e renda na economia brasileira, já que o setor supermercadista foi um dos que menos fechou vagas formais de emprego em 2015”.

A expectativa para 2016 é de que o setor continue com um desempenho ligeiramente melhor que 2015. “O emprego e a renda tendem a ser pontos de preocupação, por serem duas variáveis que impactam diretamente o setor supermercadista”.

Em sua opinião, será um ano de desafios, mas ao mesmo tempo de perspectivas e oportunidades de melhorar a eficiência e a produtividade no setor supermercadista para que os resultados sejam mais favoráveis ao longo do ano.

Nota Metodológica: O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo, os quais possuem uma representatividade de 85% do setor supermercadista. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.328 associados, que somam mais de 2.830 lojas.

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