INCA estima que em 2016, 53% dos novos casos da doença foram diagnosticados na população masculina
Junho, considerado o mês de conscientização sobre o tumor cerebral, traz um alerta: mais de 10,2 mil pessoas foram diagnosticadas com a neoplasia em 2016, segundo estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Destes, 53% foram identificados na população masculina. De todos os tumores, os que afetam o sistema nervoso correspondem a 2%.
De acordo com Aurélio Julião de Castro Monteiro, oncologista do Grupo Oncoclínicas/InORP (Instituto Oncológico de Ribeirão Preto), a doença possui características peculiares e, em geral, pode ser definida como primária – quando se origina no próprio sistema nervoso central – ou secundária – quando se desenvolve em outros órgãos e se propaga para o cérebro.
Entre os vários tipos de neoplasias do sistema nervoso central, os gliomas são os mais frequentes, representando 40% a 60% de todos os tumores primários e sendo mais comum na faixa etária adulta. Outros tipos são menos frequentes, como os meningiomas (entre 20% e 35% dos casos), os neurilemomas (de 5% a 10%) e outros mais raros como os adenomas pituitários, meduloblastomas e tumores da medula espinhal e nervos periféricos.
Fique alerta
Não existem causas relacionadas ou fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento da doença, segundo Aurélio Julião. Portanto, é preciso ficar alerta a sintomas comuns como dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva, problemas de equilíbrio, alterações na personalidade ou comportamento, convulsões e sonolência, que podem ser indícios das neoplasias do sistema nervoso, segundo o especialista.
“Os tumores cerebrais podem causar aumento da pressão dentro do crânio, gerado pelo crescimento das neoplasias, inchaço no cérebro ou bloqueio do fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR)”, explica. Ainda de acordo com o especialista, esta aumento na pressão pode levar a outros prejuízos em atividades como falar, caminhar, enxergar, ouvir, entre outros. “Tudo dependerá de quais localizações foram prejudicadas quer por envolvimento, quer por compressão pela neoplasia”, completa.
Diagnóstico
Para o diagnóstico é realizado exame neurológico clínico. Caso identificadas alterações, o paciente é encaminhado para exames complementares como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros.